Chega ao Brasil Celsentri, novo medicamento para pacientes resistentes ao coquetel antiaids














Produto inaugura uma nova classe terapêutica no tratamento de portadores
do HIV, chamada antagonistas do co-receptor CCR5


Celsentri (maraviroque) já está disponível no mercado brasileiro. O anti-retroviral, que inaugura uma nova classe de medicamentos chamada antagonistas do co-receptor CCR5, é indicado para tratar pacientes com HIV/Aids que apresentam resistência ou não toleram as terapias disponíveis.

“Celsentri usa uma nova abordagem na luta contra o HIV. Trata-se do primeiro anti-retroviral oral que atua fora da célula”, afirma João Fittipaldi, diretor médico da Pfizer. Enquanto a maioria dos medicamentos ataca o HIV dentro das células de defesa, os linfócitos CD4, Celsentri impede a entrada do vírus nas células. Assim, o HIV não infecta os linfócitos CD4 e não consegue se multiplicar. O resultado é a redução na carga viral (contagem de vírus no sangue) e o aumento do número de linfócitos CD4.

O medicamento é indicado exclusivamente para pacientes infectados por HIV com afinidade pelo co-receptor CCR5. Explica-se: o HIV pode usar duas “portas” para entrar nas células sadias - os co-receptores CCR5 ou CXCR4. No decorrer da infecção, o vírus apresenta afinidade por uma ou outra “porta” de entrada.

Para saber se o paciente é portador de HIV com afinidade pelo co-receptor CCR5, é necessária a realização de um exame que se chama Teste de Tropismo. Esse teste determina por qual das portas (CCR5 ou CXCR4) o vírus entra nas células. “A realização do teste antes do tratamento permite a utilização do medicamento justamente naquela população que pode se beneficiar do produto, racionalizando e otimizando o seu uso", diz Glauco Marcondes, diretor da Unidade de Negócios Institucional da Pfizer. “A Pfizer arcará com os custos do teste”, completa.

No Brasil, milhares de pacientes em tratamento para o HIV têm resistência a um ou mais medicamentos do coquetel antiaids. Desse grupo, aproximadamente 40% a 60% são portadores do HIV que usa o co-receptor CCR5 como porta de entrada nas células. São esses pacientes que poderão se beneficiar do tratamento com Celsentri.

Estudos

Os estudos clínicos com Celsentri começaram em 2002. Até hoje, cerca de 2,5 mil pacientes receberam ou estão recebendo tratamento com o medicamento por meio dessas pesquisas clínicas, inclusive no Brasil.

Esses estudos acompanharam os pacientes por um período de 48 semanas e envolveram adultos portadores de HIV com afinidade pelo co-receptor CCR5. Os resultados apontam que aproximadamente três vezes mais pacientes que usaram Celsentri associado ao coquetel de medicamentos anti-retrovirais tiveram redução da carga viral quando comparados aos que usaram o tratamento tradicional. Da mesma forma, o aumento da contagem de linfócitos CD4 foi o dobro no grupo que recebeu Celsentri quando comparado ao tratamento convencional.