Prostitutas descartam o uso da camisinha com parceiros fixos
















Elas são jovens, solteiras e trabalham geralmente na rua, bares e boates para receber, em média, de um a quatro salários mínimos por mês. São mulheres que, ao vender sexo, cercam-se de cuidados para evitar a Aids. Mas que dispensam o uso do preservativo masculino com seus namorados ou maridos.

Esse é o perfil das prostitutas brasileiras, resultado de pesquisa inédita encomendada pelo Ministério da Saúde e que foi apresentada hoje (06/03) na abertura do seminário Prostituição e Aids, que ocorre em Brasília. No encontro, profissionais do sexo de todo o país e técnicos das coordenações estaduais e municipais de DST/Aids vão traçar novas estratégias de prevenção para pessoas que fazem do sexo seu trabalho.

De outubro de 2000 a fevereiro de 2001, pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB) ,com o apoio de nove ONGs, percorreram ruas, boates, bares, hotéis e motéis de cidades em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, Maranhão, Paraíba e Sergipe.

A pesquisa analisou os riscos das práticas sexuais dos profissionais e seus clientes, a auto-estima das pessoas que vivem do sexo pago, o acesso aos serviços públicos de saúde, o preconceito e as mulheres infectadas pelo HIV, sífilis e hepatites B e C.

A maioria tem orientação sobre essas doenças. O que não quer dizer que se proteja direito, principalmente com seus parceiros fixos. Segundo a pesquisa, 73,8% das prostitutas orientadas por ONGs usam camisinha nas relações sexuais por dinheiro, e apenas 23,9% usam quando estão com companheiros fixos. Os números caem para 15,8% quando elas não recebem nenhum tipo de orientação. Para avaliar o grau de risco desse tipo de atitude, as três mil prostitutas pesquisadas fizeram testes de HIV e vírus da Hepatite B e C. Os resultados ainda não foram divulgados.

Os dados mostram ainda que 45,5% das prostitutas brasileiras têm 20 a 29 anos, destas 43,9% trabalham somente na rua. O Ministério da Saúde lançou hoje uma campanha nacional de prevenção com ênfase na organização e auto-estima das prostitutas. Além do spot para rádio, a campanha tem folhetos com informações sobre práticas seguras do sexo e as principais doenças que podem ser transmitidas nas relações sem o uso do preservativo.

(As informações são do Correio Braziliense)