Uma parceria entre o Programa Nacional de DST Aids e a Fundação Nacional de Saúde vai promover ações de prevenção e tratamento de doenças sexualmente transmissíveis e Aids em todos os distritos sanitários indígenas do Brasil. Só na primeira fase do programa serão investidos mais de R$ 2 milhões. Esta é a primeira vez que um programa do tipo alcança toda a população de índios do Brasil.
Entre as principais ações estão as oficinas de prevenção, a produção de material educativo, treinamento em vigilância epidemiológica e oferta do teste anti-HIV. Os distritos indígenas localizados no Mato Grosso do Sul; Amapá; Norte do Pará; Pernambuco; Litoral Sul; Araguaia; Mato Grosso; Leste de Roraima; Maranhão e Kaiapó, foram selecionados por terem a maior incidência das doenças e servirão como projetos pilotos do programa. De acordo com o representante do Centro de Trabalho Indigenista, Tiago Ávila, a proposta é levar educação sexual aos índios, sem modificar seus valores culturais.
"É preciso criar espaço dentro da atuação do estado que respeitem esses entendimentos diferentes e relativos da própria cultura indígena em relação a fecundação, transmissão de doenças, aos fluidos corporais, então a idéia do projeto é criar esse caminho que permita que os índios coloquem isso também e o estado respeite e os programas de intervenção, de informação e educação sobre doenças sexualmente transmissíveis incorporem essas práticas".
Em 1987, foi notificado o primeiro caso de Aids entre a população indígena. Até 2003, foram registrados 100 casos de Aids, sendo que a maioria se deu por transmissão sexual entre os integrantes das próprias tribos. De acordo com o IBGE, existem 3.225 aldeias, e 411 mil índios no País.
Sulaní Paquier