Cartilha ensina como falar de AIDS com crianças
















4 de outubro de 2010
Após sete anos de pesquisa com crianças soropositivas contaminadas na gestação, o governo do Estado de São Paulo lança cartilha que ensina a melhor forma de falar aos pacientes infantis sobre o vírus HIV/AIDS.

O manual orienta qual o melhor momento de contar à criança que ela é portadora do vírus e como isso pode ser feito. Ele propõe um “jogo do diagnóstico”. Com o auxílio de bonecos, é contada uma história em que é revelado o diagnóstico.

Atualmente, no Estado de São Paulo, 78% dos menores de 13 anos que convivem com o HIV foram expostos ao vírus da aids na gravidez da mãe ou na amamentação. Entretanto, o acesso ao pré-natal e o tratamento de gestantes soropositivas com o coquetel antirretroviral reduziu as infecções em 90% entre 1996 e 2008.

A publicação será distribuída agora nos serviços de saúde do Estado especializados no atendimento a pacientes soropositivos.

A HISTÓRIA

“Esta é uma criança que tem um vírus, bem pequenino, que mora no seu sangue e que se chama HIV. Ele é tão pequeno, tão pequeno, que não podemos enxergar, seria necessário um microscópio de verdade para que ele ficasse grande. Se ele pudesse ser visto ficaria mais ou menos assim… Bonitinho, né? (mostrar as bolinhas) Rsrsrsrs.

No sangue da criança que tem HIV e no de outras pessoas que não tem o vírus, também moram muitos soldadinhos que defendem o organismo contra doenças (nesse momento é importante saber quais são as doenças e infecções conhecidas pela criança). Esses soldadinhos não deixam que as doenças como tuberculose, pneumonia, dor de ouvido entrem no corpinho da criança.

Sabe o que esse vírus danado faz com os soldadinhos? Ele faz uma bagunça e é tão arteiro que vai deixando os soldadinhos bem fracos até que eles fiquem todos desmaiados. Sem soldadinhos para defender o corpo da criança, as doenças fazem a festa e a criança fica doente…

E sabe como devemos fazer para arrumar essa bagunça que o vírus fez no corpinho da criança? Tomar remédios… Os remédios assustam os vírus, e eles saem correndo e acabam morrendo de medo… Os remédios também acordam os soldadinhos desmaiados e deixam-nos bem fortes de novo. Estando fortes eles voltam a defender a criança de outras doenças…

Esse remédio é muito bom, mata muitos, mas sempre fica um ou outro. Mas é que ainda não tem um remédio que mate todos os vírus HIV… Fica sempre um ou outro escondidinho… Então você tem que deixar seus soldadinhos fortes tomando os remédios, comendo bem, dormindo, brincando bastante e ficando feliz para quando chegar o dia em que os cientistas encontrem um remédio que mate todos os vírus e também este… Danado que ficou escondido!”