
Jovens soropositivos procuram uma vida chamada normal, mas temem a discriminação de todos os seguimentos da sociedade aonde vivem principamelmente por fazerem parte da comunidade GLBT.
Os adolescentes portadores do HIV/AIDS e seus respectivos cuidadores tais quais, pais, familiares e cuidadores institucionais, revela que os jovens soropositivos almejam construir famílias e carreiras profissionais, porém sofrem do estigma da doença.
O estigma e a discriminação sentida pelos adolescentes geram barreiras e limitações e conseqüentemente cria uma barreira muito grande entre a felicidade e suas metas futuras.
A culpa e medo são os sentimentos principais que tanto as pessoas que trabalham ou interagem diretamente com esses jovens sentem no momento de falarem sua sorologia, mas depois de desconstruírem essa barreira se sentem aliviados.
Os jovens positivos possuem grandes desejos em suas vidas, muitos mencionam em ter filhos, constituir famílias com um parceiro ou parceiras, mas ainda há o medo e comentam sobre infecções.
Os grandes receios quanto à discriminação podem atrapalhar suas carreira e relações pessoais.
As unidades de saúde não sabem acolher bem esse público ainda e com isto os tratamentos desses jovens tornam-se precários. Muitos se tratam no silêncio, escondidos dos amigos, familiares e de sua própria comunidade. Vários confessam que preferem pegar seus medicamentos no outro lado da cidade, por se sentirem muito preocupados de encontrar algum vizinho, um parente ou ser apontado na comunidade como positivo.
Educação um Rito de Passagem para as Jovens Travestis
A princípio educação é direito de todos decretado pela constituinte. Mais básico do que isto impossível. Porém não é assim que as regras do jogo da burocracia e do estigma funcionam.
A ditadura da moral e bons costumes são imperativos em se tratando de lidar com a diferença de gênero. Não estou aqui me referindo ao gênero feminino ou masculino, mas ao travesti ou o menino se transformando em travesti. Ou bem dizendo tentando ser ele mesmo do jeito que ele se sente bem. Uma dupla luta de sobrevivência. Ser você deseja ser travesti ao mesmo tempo.
A escola não esta preparada para receber a diversidade, aceitar e educar o jovem travesti. A falta de educação, solidariedade e preparo de educadores são fatores fundamentais para o afastamento definitivo do jovem travesti, do menino mais frágil do delicado assim chamado pelos demais das escolas. Conseqüentemente um desastre na vida desses atores sociais.
Todos os travestis jovens e adultos são unânimes em mencionar escola com um dos piores rituais de passagem de suas vidas.
Quando é questionado o porquê de não estar vinculado em uma entidade educacional?
A resposta desses meninos é unânime; os diretores, professores e funcionários são seus piores algozes. Isto sem mencionar o excesso de enfrentamentos com os outros estudantes. Tortura psicológica, seqüência de evasão escolar.
Durante todo esse processo de observação também a família tem um papel fundamental na formação desses meninos chamados diferentes. A família não estimula o jovem a prosseguir nos estudos. Sentem-se constrangidos por terem um filho afeminado. Preferem deixar o menino jovem dentro de casa nos afazeres do lar. Enfatizam que ele não nasceu para os livros. Dando mais atenção para os outros filhos não afeminados.
Sem o suporte dos familiares e dos educadores esses atores sociais preferem ou são obrigados a deixarem a escola.
VAGNER ALMEIDA









